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sexta-feira, 28 de junho de 2013

Vice-prefeito de Moscou não quer demolir o lendário estádio Luzhniki



   

Marat Khusnulin veio ao Rio de Janeiro conversar com a direção da FIFA


O Vice-Prefeito de Moscou, Marat Khusnulin, se reuniu com representantes da FIFA no Rio de Janeiro para discutir problemas relacionados à preparação da Rússia para a Copa do Mundo de 2018. Em particular, durante uma entrevista exclusiva à Voz da Rússia, ele comentou que o lendário estádio Luzhniki, na capital russa, palco da abertura e do encerramento da Olimpíada de 1980, que deve receber também a final da competição, atualmente não atende às exigências da entidade em ter uma capacidade para 89 mil pessoas.
A arena moscovita foi reformada para ter um limite de 80 mil pessoas, e a possibilidade de demolir o estádio não agrada as autoridades da capital russa. Marat Khusnulin também falou sobre as suas impressões das obras do Maracanã e os recentes protestos que tomaram conta do Brasil.
O Luzhnike tem capacidade para 80 mil pessoas
Voz da Rússia – Qual o principal objetivo dessa visita ao Brasil?
Marat Khusnulin – Na verdade nós temos dois objetivos principais. O primeiro é se reunir com a direção da FIFA, com o Secretário-Geral Jerome Valcke, para discutir as condições da reconstrução do estádio Luzhniki. Em 2018, Moscou recebe a Copa do Mundo de futebol e estamos nos preparando ativamente, construindo dois estádios na capital russa, inclusive a final da Copa deve ser realizada no Luzhniki.
Além da construção de estádios, devemos preparar a infraestrutura de transportes, hotéis, ou seja, temos um grande volume de trabalho pela frente. Quando nós começamos a projetar a reconstrução do estádio Luzhniki, nós infelizmente entendemos que atender a exigência da FIFA de obter uma capacidade para 89 mil pessoas não seria possível dentro dos parâmetros do estádio existente hoje. Teríamos que, ou demolir o estádio, ou diminuir os parâmetros exigidos hoje pela FIFA. Por isso, nós viemos para o Brasil, vimos o estádio do Maracanã, que possui uma capacidade para 73 mil pessoas. É claro que surge a questão: por que no Brasil a capacidade deve ser de 73 mil e o no nosso estádio deve ser de 89 mil? E demolir o estádio atual, no qual ocorrem jogos do Campeonato Europeu ... Não digo nem da Copa do Mundo, pois temos o campeonato europeu sendo realizado este ano. Já neste ano foi realizada uma etapa da Copa da Europa. É claro que não gostaríamos de demolir este estádio. É também preciso dizer que a reunião de hoje foi positiva. A direção da FIFA nos apoia plenamente. Eles estabeleceram um grupo de trabalho, nós já planejamos uma reunião de trabalho para o dia 8 de julho para a aprovação final de novos parâmetros de reconstrução do estádio. Ou seja, este é o principal objetivo para o qual viemos, e agora recebemos um aval político da parte da FIFA.

VR – Vocês planejam se reunir com a prefeitura do Rio de Janeiro e com membros do governo brasileiro?
MK – Amanhã nós planejamos se reunir com as autoridades do Rio de Janeiro. Outro assunto que nos interessa é a construção do metrô. Nós estamos construindo em Moscou 160 km de novas linhas de metrô e estamos com problemas em alguns esforços – projetistas e construtores. Queríamos ver como se constrói o metrô no Brasil e talvez possamos encontrar alguns interesses comuns.

VR – Já retorno ao tema da Copa do Mundo e dos grandes eventos esportivos. Você poderia falar sobre as mudanças que ocorreram na cidade de Moscou nos últimos anos?
MK – O novo Prefeito de Moscou, Sergei Sobyanin, está há quase 3 anos no cargo. Ele montou uma nova equipe para administrar a cidade. Eu, em particular, sou responsável pelo desenvolvimento urbano e construção. Assim, tudo o que está sendo construído em Moscou, tudo que está sendo planejado para construir está incluído no escopo dos nossos interesses. E nestes dois anos, em primeiro lugar, revimos completamente a estratégia de transporte para a cidade de Moscou. Deve-se notar que temos feito uma série de soluções radicais: construir, até 2018, 160 km de linhas de metrô, embora em Moscou já tenha 304 quilômetros de linhas de metrô existentes. Além disso, 78 novas estações, 15 oficinas-garagem, ou seja, em termos de volume de construção do metrô, estamos em uma posição avançada no mundo. Hoje, em termos de ritmo, estamos competindo com Pequim e Xangai.
Nós desenvolvemos um novo programa para o desenvolvimento do transporte ferroviário, e planejamos construir mais 250 km de linhas ferroviárias até 2020. E o mais importante, integrar o metrô e as ferrovias em um único sistema.

VR – Quantos dias vocês ficarão no Rio?
MK – Viemos para apenas um dia e meio. A tarefa principal era a reunião com a liderança da FIFA para buscar a solução do problema.

VR – O que vocês conseguiram observar no Rio de Janeiro nesse curto período?
MK – Nós andamos de carro pela cidade e pude observa, em geral, a situação das estradas. Devo dizer que as condições das estradas não são as melhores. É a minha primeira vez no Rio de Janeiro. Nós avaliamos com bastante atenção o estádio Maracanã. Eu mesmo trabalhei na construção de alguns estádios, por isso tenho um conhecimento bom sobre o tema. Considero que o estádio foi bem feito no quesito custo-benefício. Com o dinheiro que foi gasto, foi relativamente bem feito. Amanhã eu pretendo ver o metrô da cidade.

VR – Qual foi o valor gasto para a construção do estádio Luzhniki e de outras arenas na Rússia?
MK – Devo dizer que em comparação com outros estádios do mundo, a reconstrução do Maracanã foi a mais barata. Nós temos uma análise sobre os estádios mundiais. Consideramos que a reconstrução do nosso estádio deve girar em torno de US$ 700 milhões. No Rio, a reconstrução teve um valor de, aproximadamente, US$ 500 milhões, contando com o complexo ao redor.

VR – Quais são as fontes de recursos alocados para a construção de estádios em Moscou?
MK – A reconstrução do estádio principal será feita pelo orçamento da cidade. Outra arena para 45 mil espectadores está sendo construída com investimento privado, o clube de futebol Spartak. Em geral, eu quero dizer que, em Moscou, estão sendo construídos ao mesmo tempo quatro estádios com capacidade de mais de 40 mil pessoas cada. O estádio do Spartak já será colocado em operação em 2014. Estamos construindo o estádio do Dinamo, também para 40 mil pessoas. Outro estádio é do CSKA, também com capacidade para 40 mil. O Luzhniki terá capacidade para 80 mil pessoas. E temos o já existente estádio Locomotiv para 32 mil pessoas. Portanto, temos cinco grandes estádios para uma cidade de 12 milhões de pessoas.

VR – Durante a reunião com a FIFA, como eles avaliam a preparação para a Copa do Mundo na Rússia?
MK – Eles consideram que a preparação na Rússia está indo num nível muito alto. Não fizeram comparações com o Rio de Janeiro. Mas avaliaram muito bem o trabalho na Rússia. Eles disseram que o comitê está trabalhando muito bem, profissionalmente. E o trabalho está avançando em um ritmo muito bom.

VR – Como vocês lidam com o padrão FIFA?
MK – Eu devo dizer que a FIFA possui padrões muito rígidos, e temos de executar as regras obrigatórias. Por isso, consideramos que vamos cumprir com todas as exigências impostas por eles.

VR – Vocês estão atentos aos protestos que estão acontecendo no Brasil? Podem ocorrer manifestações semelhantes em Moscou e na Rússia?
MK – Nós estamos acompanhando os tumultos, sem dúvida. Para nós é claro que foi algo inesperado, pois para o mundo inteiro e para a Rússia, o Brasil é conhecido como o país do futebol. E aquilo que deixa a população insatisfeita com estes eventos nos traz grandes questões. Nós esperamos que em Moscou isso não ocorra. Pode ser que tenhamos protestos se, por exemplo, demolíssemos o estádio Luzhniki. Mas considero que conseguiremos um acordo com a FIFA e que não iremos ter que demolir por causa da capacidade de 80 mil pessoas. Eu acho que não teremos nenhum protesto. A realização de uma Copa do Mundo é uma grande vantagem para o país-sede.

VR – Uma das maiores queixas da população do Brasil é o enorme gasto com a Copa do Mundo em um país que tem uma grande desigualdade social. Como a população russa lida com estas questões?
MK – Eu diria que a população ainda não sentiu os gastos com a Copa. As cifras que estão sendo discutidas ainda são muito relativas. Eu posso dizer que nós temos aprovado um valor aproximado de cerca de US$ 7 bilhões a US$ 8 bilhões para todo o programa. Isso inclui estádios, as vias de acesso, transporte ferroviário etc.

VR – Vocês planejam absorver alguma experiência do Rio de Janeiro e trazer para Moscou?
MK – Eu considero que toda experiência é útil. Mesmo uma má experiência também é útil. No Maracanã, eu vi muita coisa positiva. Eu vi algumas falhas também. Acredito que há certos problemas. Amanhã vamos observar o metrô. Conhecemos a experiência da China para a construção do metrô, conhecemos a experiência espanhola. Praticamente toda a equipe que gerencia a construção do metrô em Madrid foi convidada para trabalhar em Moscou. Aproximadamente, 700 projetistas da Espanha estão trabalhando conosco hoje. Vamos ver o que pode nos ser útil no Rio de Janeiro.

VR – Acredito que um dos problemas que você já conseguiu identificar no Rio de Janeiro é a questão dos engarrafamentos. Como você compararia o trânsito do Rio com o de Moscou?
MK – Eu quero dizer que o problema dos engarrafamentos no Rio é pior do que em Moscou. É mais difícil de resolver, uma vez que não há terreno acidentado, tendo que fazer um monte de túneis, um grande número de cruzamentos. A Empresa de Consultoria internacional PricewaterhouseCoopers avalia anualmente 27 cidades do mundo em muitos parâmetros, incluindo o Rio e Moscou. Por isso, entendemos que em todas as áreas metropolitanas em crescimento os problemas são os mesmos. Os engarrafamentos são um problema comum para as duas cidades. Além disso, isto ainda vai se deteriorar no Rio de Janeiro com o crescimento do número dos veículos particulares.
Em Moscou, diariamente dois milhões de passageiros andam de ônibus.  7,8 milhões de passageiros usam o metrô todos os dias. Um milhão de pessoas usam os trens. 77% da população utilizam transportes públicos na hora de pico da manhã. Esta é uma das mais altas taxas do mundo. No Rio, eu acho que o índice é muito menor. Acredito que no Rio este número é de 60% a 65%. Então, como qualquer metrópole do mundo, os problemas são os mesmos. E os problemas de trânsito no Rio nos próximos anos serão mais agudos. Assim como em Moscou.
Nós, é claro, estamos desenvolvendo programas. Aliás, nós limitamos seriamente o estacionamento no centro da cidade. Desde 1° de Junho, o estacionamento no centro da cidade tornou-se pago. E eu acho que, como todas as mega-cidades, Rio viverá os mesmos problemas, as autoridades terão de investir em transporte público.

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